O interesse por programação está aumentando muito nos últimos meses, e, como um profissional da área há mais de 8 anos, resolvi escrever este artigo passando algumas dicas sobre como estudar programação da forma que eu julgo mais eficiente.
Como você já deve ter lido no meu artigo “O que é programação?”, existem diversas plataformas onde programar. Desde sites e aplicativos, até jogos ou mesmo relógios e calculadoras. A programação está presente em praticamente tudo que é digital.
E isso nos leva ao primeiro tópico:
1. Escolha a área onde você quer programar
Essa pode ser a decisão mais fácil ou a mais difícil que você vai tomar. É 8 ou 80. Se você já sabe exatamente o que quer fazer, isso é um grande avanço. Significa que você está interessado no produto final, e isso é o mínimo que se espera do programador que desenvolve um produto.
E se você não sabe ainda em qual área você quer atuar, recomendo fortemente que você leia meu argito “Como escolher em qual área da programação atuar?”. Nesse artigo eu te explico como saber em que direção você deve ir.
2. Entenda quais as necessidades do mercado onde você quer atuar
Essa tarefa é a mais legal, no meu ponto de vista. Está na hora de você analisar o produto final, só que da perspectiva da empresa que está entregando esse produto.
Quais são as funcionalidades do produto? Qual a funcionalidade primordial desse produto? Como a empresa lucra com esse produto? Quais são as limitações deste produto?
E nesse momento, você pode até estar se perguntando “Por que identificar isso antes de aprender programação?”. Porque você vai ter noção do que é necessário para desenvolver um projeto, por mais simples que ele pareça.
#1
Vamos exercitar isso, analisando alguns produtos aqui.
- Uma calculadora:
Uma calculadora parece o item mais simples de todos, não é? Mas vamos entender como ela funciona.
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Quais são as funcionalidades do produto? R: Realizar operações matemáticas de baixo nível (soma, adição, subtração, multiplicação, elevação e porcentagem).
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Qual a funcionalidade primordial desse produto? R: Entregar o resultado da operação inserida pelo usuário.
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Como a empresa lucra com esse produto? R: Venda do produto físico.
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Como o produto chega até o consumidor? R: A empresa fabrica a carcaça, insere a programação (instruções matemáticas) na “placa mãe” da calculadora e vende o produto pronto.
- Uma rede social:
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Quais são as funcionalidades do produto? R: Curtidas, comentários, compartilhamento, envio de fotos de perfil, anúncios, etc.
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Qual a funcionalidade primordial desse produto? R: Socializar, independente da localização geográfica.
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Como a empresa lucra com esse produto? R: Anúncios direcionados e venda de dados dos usuários.
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Como o produto chega até o consumidor? R: A empresa programa as funcionalidades da rede social, publica a rede social em um servidor (na nuvem) e os usuários acessam e se cadastram.
3. Entenda até onde a programação se encontra no projeto
Em produtos 100% digitais, como redes sociais, blogs, sites, etc. a programação estará presente em praticamente todo o processo.
Alguém precisa desenvolver as funcionalidades, testar elas e também publicar as nova funcionalidades frequentemente.
Em produtos físicos, como é o caso da calculadora, a programação termina logo após ser inserida no chip.
4. Trace um plano de estudo
Essa etapa depende muito do que você vai programar. Eu não tenho domínio sobre todas as áreas da programação. Talvez você já saiba que eu sou programador da área de Web, mas, por diversão, já programei em algumas outras áreas (jogos e arduino).
Um programador nunca para de estudar, ele está constantemente se atualizando e melhorando seu código. Então, você pode definir metas para o seu plano de estudo. O importante é você dar o primeiro passo! Seu plano de estudo pode ser embasado, por exemplo, na execução de um projeto.
Dica de ouro: nesse primeiro instante, sonhe alto. Desafie-se.
Se você quer fazer uma calculadora, que tal criar uma função que calcula o resultado de uma equação de segundo grau? Se quer fazer um site, que tal já começar com um site interativo, por exemplo? Se quer criar um jogo, tente criar um jogo que aplique conceitos da física! O importante é se desafiar a criar algo realmente bom!
Então, agora, está na hora de criar um roteiro para estudo. Você vai precisar pesquisar melhor para isso.
Seu roteiro vai ter que se basear nas seguintes ocasiões:
- Quais linguagens de programação são necessárias para desenvolver meu projeto?
- Quais softwares eu preciso ter instalados na minha máquina para poder começar a desenvolver?
- Existe algum curso gratuito (explico o motivo da importância desse ponto já já) disponível?
Vou dar um exemplo de respostas para a programação voltada para a web.
- HTML, CSS e JavaScript;
- Algum editor de texto (Visual Studio Code, Sublime Text, etc.);
- Aos montes, no YouTube mesmo.
Então, meu plano de estudo para desenvolver uma página web interativa (um feed, onde alguém pode curtir um post), em resumo é esse:
- Aprender HTML
- Aprender CSS
- PROJETO - Criar a estrutura da interface do projeto
- Aprender JavaScript
- Antes, é necessário aprender lógica de programação (algoritmos)
- Aplicar algoritmos em JavaScript
- PROJETO - Criar um botão de curtida interativo
Esse é um rascunho do plano de estudo, obviamente. Mas viu como já te da uma direção?
A importância dos conteúdos gratuitos
Vou ser direto e reto. Ninguém caga dinheiro. E, especialmente na área da programação, existem diversas pessoas (como eu, por exemplo) que publicam mini-cursos gratuitos na internet, pois sabemos que a área precisa de profissionais e queremos ajudar as pessoas.
Então, antes de você desembolsar um valor considerável em um curso, é interessante que você ao menos veja como é executar aquela tarefa. Porque, na grande maioria das vezes, desenvolvimento não é nada parecido com o que você pensa.
Exemplo em vídeo de como as pessoas acham que é programação vs. como realmente é:
Não é algo de outro mundo. É dizer pro computador seguir instruções. Só isso. Não vai hackear a NASA. Eu te garanto que você não vai.
E é exatamente por esse motivo que você deve se interessar pelo seu produto final, pois é ele quem vai motivar você a escrever centenas de milhares de linhas de códigos.
5. Tenha contato com programadores
Eu comecei a programar com nove anos de idade, mas minha vida profissional veio mesmo aos 14 anos. Dos 15 aos meus 18, eu vivia no meu quarto programando igual um louco e criando sistemas incríveis, e automações pro meu dia-a-dia que eu julgava sensacionais.
Até que um dia eu comecei a conversar e interagir com outros programadores e eu percebi que tudo que eu tinha feito, já tinha sido feito antes e disponibilizado de forma open source (gratuita com código aberto) na internet. Eu estava reinventando a roda.
E, por mais que desenvolver minhas próprias soluções me trouxe bastante conhecimento e experiência, emprego mesmo que era bom, nada.
Só depois que eu me conectei com outros programadores (por meio de grupos no facebook) que eu consegui entender que a programação estava muito além do que eu fazia no meu quarto sozinho, e que existiam diversas ferramentas para praticamente tudo.
E por quê eu tô compartilhando essa experiência com você? Porque eu quero que você comece a interagir com outros programadores nesse exato momento.
Mesmo que você seja introvertido, cara, cê já leu quase um ebook meu aqui, agora, já deu pra quebrar o gelo entre a gente. Me chama lá no Instagram (clica aqui) e me fala sobre o que você decidiu começar a programar. Eu vou ficar muito feliz em saber sobre isso. Mas faz isso agora mesmo. Eu te garanto que vou te responder lá.
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